quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Homens são bobos. Mulheres são chatas. - parte 3 - Fez dodói



ESQUETE 3 – Fez dodói.

Cena 1.

A mulher está no quarto, se arrumando para ir trabalhar. O marido entra, ainda de pijama e se joga na cama.

MULHER – Uai, não vai trabalhar?
MARIDO – Tô doente.
MULHER – Que que você tem?
MARIDO – Gripe, dor de garganta, dor de cabeça, tudo.
MULHER – Jä tomou remédio?
MARIDO – Não gosto de tomar remédio.
MULHER – E vai fazer o que?
MARIDO – Vou esperar passar.
MULHER – Você não tinha um troço importante no trabalho hoje?
MARIDO – Tinha.
MULHER – E você pode não ir?
MARIDO – Eu tô doente.
MULHER – Você tá gripado.
MARIDO – Estou péssimo.

A mulher põe a mão na testa do marido.

MULHER – Nem com febre você está.
MARIDO – Estou com dor.
MULHER – Tá bom….parece criança fazendo doce para ir para o colégio.
MARIDO – Você é cruel com meu sofrimento.
MULHER – Tchau.

Cena 3. A mulher está em seu escritório trabalhando. Toca o celular.

-        Alô. Oi, Dona Luzia. Tudo bem?
-        Olha, tô ligando para dizer que Bernardo melhorou.
-        A senhora falou com ele?
-        Ele veio para cá.
-        Fazer o que?
-        Ficar aqui.
-        Porque?
-        Ele tá doente. Não é bom ficar sozinho.
-        Ele tá gripado.
-        Gripadíssimo.
-        Sei.
-        Mas a febre já passou.
-        Ele tava com febre?
-        Com um febrão.
-        Quanto?
-        38.
-        Ah…
-        Mas eu dei um banhinho nele e cedeu.
-        A senhora fez o que? Não eu não quero saber. É, bom…daqui a pouco eu tô saindo do trabalho. Eu pego ele.
-        Ah, não querida, agora que ele conseguiu pegar sono melhor não acordar.
-        Tá bom. Fala para ele para me ligar quando eu acordar que eu passo aí.
-        Hum…acho que agora só amanhã.
-        Como assim? São 6 da tarde.
-        É que ele tomou remédio.
-        Uai, ele não gosta de tomar remédio.
-        Ah, mas eu dei junto com o suco, ele nem reparou.
-        A senhora drogou o seu filho?
-        Imagina. Eu faço isso desde que ele nasceu. São estratégias de mãe. Você vai entender quando tiver os seus.
-        E ele não vai dormir em casa?
-        Querida, ele está em casa. Liguei só para dar notícias. Eu tenho que ir que o feijão tá no fogo. Um beijinho.

B.O


Os homens são bobos. As mulheres são chatas. - parte 2 - Noiada



Os homem e a mulher  estão na cama depois do sexo, abraçados . O marido está de olhos fechados.

MULHER - O que que você tá pensando?
MARIDO - Nada.
MULHER - Fala...
MARIDO - Em nada.
MULHER - Nada é impossível, você tem que tá pensando em alguma coisa.
MARIDO -Eu não tô pensando em nada.
MULHER - Nada, nada?
MARIDO - Nada.
MULHER - Na vida, no trabalho, em mim, nada?
MARIDO - Nadinha.
MULHER - Como você consegue?
MARIDO - Não sei. Eu só não penso.
MULHER - Em nada?
MARIDO - Não…

Os dois ficam em silêncio.

MULHER - Eu não consigo pensar em nada.
MARIDO - É só ficar quietinho.
MULHER - Eu fico tentando pensar se eu tô conseguindo não pensar em nada.
MARIDO - Pelo visto, não está, né?
MULHER - É impossível pensar em nada.

Mais um tempo de silêncio.

MULHER - Porque você não quer me falar no que você tá pensando?
MARIDO - Eu não estou pensando em nada, meu amor, eu já te disse.
MULHER - Você tá estranho.
MARIDO - Não tô não, meu amor, tô só quietinho, deixa eu tirar um cochilo.
MULHER - É por que eu engordei, não é?
MARIDO - Imagina, amor. Você não engordou.
MULHER - Eu sei que eu engordei, pode falar.
MARIDO - Claro que não, amor, você tá linda.
MULHER - Você me acha linda de qualquer jeito.
MARIDO - É que eu te amo.
MULHER - Pois é, não vale.
MARIDO - Como assim?
MULHER - Eu sei que eu tô gorda. Fala para mim. Você tá achando que minha barriga tá maior? Meu braço? Minha cara tá parecendo uma bolacha.
MARIDO - Deixa de ser louca, você não tá gorda.

A mulher se ajoelha na cama, mostrando o corpo para o marido.

MULHER - Olha. Fala para mim. Vê se eu engordei.

Depois de muito olhar, o marido responde.

MARIDO - Talvez aqui.
MULHER - Eu sabia!

A mulher começa a chorar.

MULHER - Eu tô uma vaca.
MARIDO - Não tá não.
MULHER - Tô sim. E você tá querendo se separar.
MARIDO - Não tô não.
MULHER - Você tá pegando aquela Juliana?
MARIDO - Quem?
MULHER - Aquela menina nova do seu trabalho.
MARIDO - Imagina.
MULHER - Eu vi você outro dia. Fechou a porta do escritório na hora que ela ligou.
MARIDO - Porque liguei o ar condicionado, meu amor.
MULHER - Você não me ama mais!
MARIDO - Amo sim, meu amor, amo muito.
MULHER - Só porque ela é magra.
MARIDO - Ela é magra demais.
MULHER - Não existe isso, magra demais.
MARIDO - Claro que existe. Essa coisa de modelo esquelética, mulher sem celulite, de barriga de gominho, homem não gosta disso não.
MULHER - Até parece.
MARIDO - É verdade. Vê se eu troco uma gostosa que nem você por uma saracura daquela.
MULHER - Jura?
MARIDO - Claro
MULHER - Tá bom.

Ele enxuga as lágrimas dela. Eles dão um beijo.

MULHER - Eu vou no banheiro.

A mulher sai. O marido fica pensativo.

MARIDO - Como é que ela reparou que eu fechei a porta?


Os homens são bobos. As mulheres são chatas. - parte 1


A tela está dividida ao meio. De cada lado há uma sala, com um sofá e uma tv. De um lado, está um 1 AMIGO sentado no sofa jogando videogame. Do outro, a  AMIGA fazendo a unha e vendo tv.  Do lado do amigo, entra um homem. Do lado da amiga, entra uma mulher. Ao mesmo tempo. Ambos os amigos perguntam:

      E aí? Como é que foi?

Ambos respondem, porém com entonações diferentes.

 – Legal.

O AMIGO passa um controle de videogame para o HOMEM. Ele se senta no sofa e eles começam a jogar. AMIGA passa uma lixa de unha para a MULHER e ela senta no sofá e começam a conversar.

AMIGA – Conta aí.
MULHER – Ai, não sei.
AMIGA – Não sabe o que?
MULHER – Ele é legal. Mas não sei.
AMIGA - O que?
MULHER – A gente não combina muito.
AMIGA – Mas você falou que ele era um fofo.
MULHER – Ele é.
AMIGA – E que era o maior gatinho.
MULHER – É. Uma graça. Mas não sei...você acredita que ele não gosta de Caetano?
AMIGA – Jura?
MULHER – Ele acha que é música de velho.
AMIGA – Hum...

As amigas ficam pensativas.

AMIGO – Pegou?
HOMEM – Peguei.
AMIGO – Gostosa?
HOMEM – Meio magrela.

As amigas recomeçam.

AMIGA – Mas vocês ficaram?
MULHER – Ficamos.
AMIGA – E foi bom?
MULHER – Foi, cara. Ele é todo carinhoso.
AMIGA – jura?
MULHER – E tem pegada.
AMIGA – Que ótimo.
MULHER – Mas não sei.
AMIGA – Ele não gosta de Caetano, né?
MULHER – Nem de Gil.
AMIGA – Nem de Chico?
MULHER – Nem de Tom nem de Vinicius.
AMIGA – Meu deus, do que que ele gosta?
MULHER – De Iron Maiden, Metallica e Black Sabbath.
AMIGA – Hum…você já teve sua fase roqueira.
MULHER – Mas era mais para grunge do que para metal.
AMIGA – E um pouco de farofa, que eu me lembro bem do seu momento Skid Roll.

As duas riem. Os meninos recomeçam.

AMIGO – E ela é maneira?
HOMEM – É. A gente tem muita coisa em comum, né, até por trabalhar junto mas algumas coisas não batem.
AMIGO – Normal.
HOMEM – É. 

AMIGA – Mas vem cá, é normal ter diferenças.
MULHER – Sei não, eu não acredito nessa coisa de “os opostos se atraem”.
AMIGA – Mas peraí, não são opostos. São só umas coisinhas.
MULHER – Ele gosta de micareta, Milena!
AMIGA – É bom…aí…

AMIGO – E aí, vai rolar de novo?
HOMEM – Não sei… Espero que sim.

AMIGA – E aí, vai rolar de novo?
MULHER – Não sei….provavelmente.


As meninas riem. O jogo dos meninos acaba e eles se cumprimentam.


Batuque de repartição



Era sempre a mesma calmaria, arranhada pelo sussurro ranzinza do ventilador. Vez por outra, passos mais reforçados produziam um levantar de olhos instantâneo. Heresia. Espaço sacrossanto do silêncio.
            Os donos das solas inconvenientes encaravam o protesto mudo com ousadia. Não havia nada que pudessem fazer, estando eles a deslocar-se para melhor atender aqueles mal-agradecidos. Se queriam ter acesso aos documentos que lidassem com algumas onomatopéias. E agradecessem pelo serviço.
            Trabalhando naquele setor, o de consulta aos arquivos da Biblioteca Nacional, haviam seis solas de sapato igualmente ruidosas. Duas delas, um par de tamancos caramelo, desprendiam - se dos pés inchados a cada passo. Eram lentos e pesados, sem a menor pressa de agradar os olhos petulantes. Na parede, um relógio de ponteiro avisava a hora. Seus olhos, por trás dos óculos de armação precária, liam quatro da tarde. uma hora para o final de expediente. Sexta feira. A um passo do paraíso.
 Outro par, de couro preto tradicional e polido, sentados numa mesa ao lado da janela, mantinham-se batucando no ritmo da ansiedade. Mas quando o telefone tocava, era um par de tênis velhos que corria para abafar o alarde e restituir a calmaria perene. Por fim, e raramente, davam o ar de sua graça, o par de sapatos cinzas do andar de cima.  De bico fino, apertando os calos e apagando cigarros com classe.
Nesse dia eles vieram. Anunciados pelo toque do elevador. Rebolativos, cheios de confiança e arrogância que só a ilusão de poder confere aos passos. E  aproximação do batuque dos saltos alterou significativamente a sinfonia das seis demais solas. Os tamancos caramelos tomavam para si o ritmo acelerado dos sapatos de couro que por sua vez interrompiam a batida para por de pé todo o peso que carregavam. Os tênis aceleravam o passo para mostrar serviço e os olhos, mais uma vez, punham-se de sentinela do marasmo auditivo.
            Envolvido em um falso cabelo ruivo, o rosto dos tamancos caramelos fechava-se.
Os lábios comprimiam-se formando um bico que era acompanhado de um franzir de sobrancelhas. As sobrancelhas dos sapatos de couro, por sua vez, se levantavam complementando os olhos arregalados e curiosos que esperavam impacientes a chegada daquele barulho cada vez mais próximo. O ruído amedrontava os olhos piscantes que guiavam os tênis em um ziguezague enlouquecido. Suas mãos, suadas, tremiam organizando a papelada. Antes tivesse as colocado em serviço mais cedo. Os braços resolveram então dar uma mão mas se eram fortes, eram também desajeitados e logo a pilha de pastas que estavam carregando encontrava o bico fino dos sapatos cinzas no chão.
            O par de tênis recuou dois passos, de cabeça baixa. Igualmente olhando para o chão estava a cabeça dos sapatos finos mas não em atitude subalterna. Os olhos miravam a bagunça de maneira fixa e repressiva até acompanharem o movimento vertical  do rosto medroso a ser responsabilizado.
            Nenhuma palavra foi dita. Em um movimento cumprido de perna, os sapatos cinza deixaram para trás as pastas e seguiram em direção à mesa debaixo da qual descansavam agora os exaustos pés inchados de tamancos caramelo. As mãos claras mas não muito jovens do sapato fino punham sobre a mesa um papel datilografado. Os olhos míopes dos tamancos caramelo espremiam-se para ler o que estava escrito. os óculos haviam sido retirados em um tentativa inútil de vaidade. o cérebro já sabia do que se tratava. A intenção da leitura era manter o dignidade e evitar o contato visual com aquele permanente louro de raízes pretas e sapatos finos.
            Os sapatos de couro permaneciam alertas mas estáticos. As mãos, que não pareciam caber em lugar nenhum, finalmente uniram-se na altura do cóccix com intenção de não denunciarem o resto do corpo que, pelo menos até ali, se comportava tão bem.
            Uma vez o estrago feito, o corpo agitado que os tênis carregavam foi ralentando seus movimentos. Na verdade, a pausa teve como objetivo a fixação dos olhos no embate silencioso que vinha sendo travado entre os dois pares de sapatos femininos.
            Terminada a leitura, o cabelo mal pintado de ruivo ergueu a face enrugada e, finalmente, encarou o batom rosa, do tipo 24horas, que delineavam um rosto sério mas satisfeito. Os dedos ágeis com unhas, descascadas em vinho, tatearam decididamente e, sem por um minuto desviar os olhos míopes do permanente louro, rabiscaram a assinatura que, há anos, estavam habituados a escrever. Depois livraram-se da caneta em um gesto brusco e repousaram novamente na madeira.
            A cabeça também exaurida curvou-se contemplando os dedos preguiçosos. E lentamente seus olhos assistiram o papel ser retirado de seu campo de visão.
            Antes de dar meia volta, em direção a porta, os sapatos cinzas pararam intencionalmente no ângulo dos sapatos de couro causando um sobressalto. As mãos, antes presas no cóccix, se soltaram e os braços alinharam-se ao restante do tronco vestidos com uma camisa suada, quadriculada em azul, que, por causa do calor, tinha seus dois primeiros botões desabotoados deixando a mostra o cabelo grisalho do peito. Os lábios esboçaram um sorriso que só foi retribuído a medida que os sapatos cinzas reiniciavam sua meia volta em direção a porta, na intenção de esconder qualquer tipo de cumplicidade dos mais do que nunca cansados e míopes olhos dos sapatos caramelo.
            Aqueles olhos cansados acompanharam aliviados os sapatos de couro preto seguirem os sapatos de bico fino até depois da porta e puderam, finalmente, soltar uma lágrima raivosa.
            O par de tênis pôs, por fim, ereto aquele corpo troncho e teve o ímpeto de aproximar-se da mesa mas conteve-se amedrontado diante da repentina volta dos sapatos de couro.
            Ignorando a presença alheia, os tamancos caramelo ergueram-se de uma maneira bem mais ágil que o normal. As mãos morenas com unhas descascadas pegavam meia dúzia de coisas que iam sendo jogadas na bolsa de couro falso marrom. E, poucos minutos depois, lá iam eles embora, cruzando a porta de saída para nunca mais voltar.
            Na parede, o relógio de ponteiro marcava Quatro e Meia, meia hora para o final do expediente. Os sapatos de couro sentaram-se novamente, dessa vez, mais serenos. Os olhos puseram-se a examinar uma série de documentos, uma vez que era preciso voltar ao trabalho. O tênis, sempre desnorteados, ensaiava passos receosos em direção ao companheiro que restara mas com a cabeça sempre checando a porta.
            Quando chegou perto, esperou que os olhos agora trabalhadores encontrassem os seus, preocupados. Ficou ali um tempo e teve a nítida sensação que estava sendo propositalmente ignorado. Começou a mexer o corpo em um misto de impaciência e esperança que o outro se rendesse. Nenhuma resposta. Aquilo já estava passando dos limites. Todos os seus sentidos demonstravam ansiedade. Os pés batucavam, as mãos limpavam a testa suada, os olhos piscavam. Estava sem controle até que em um ato de desespero:
            --Mas o que foi que ela fez? – perguntou aos berros
            Os sapatos de couro puseram-se de pé e caminharam até os arquivos para continuar o seu trabalho, em tom de represália. Mesmo sem virar a cabeça, o par de tênis era capaz antecipar o protesto dos olhos sentinelas do barulho. Cometera o pecado original. Preparou-se, então para o apedrejamento:
            -- Shiiiiii!!!!!!!

            E sentou-se para descansar.

Você fim de semana

Sabe...você?
Todo dia você é arrancado do estado mais profundo de imersão por uma aparelho de tortura chamado despertador.
Todo dia, você é obrigado a passar um terço de sua vida gerando dinheiro para sabe-se-deus-quem em troca de teto, casaco e vinho tinto.
Todo dia você dorme pouco e, na maioria das vezes, pensando no que fez ontem ou no que vai fazer amanhã.
Todo dia você acorda querendo morrer.
Querendo acabar com aquilo tudo.
E ficar ali. Fodam-se.
Nunca leva adiante.
Quando chega no carro, o humor já melhorou e as intenções são as melhores.
Liga o rádio, sai da garagem e, antes da primeira esquina, leva uma fechada. É alguém, certamente, muito puto de ter que largar sua família para passar o dia exercendo a burrice num escritório qualquer.
A velocidade da vida acontecendo, o mau humor do trânsito, a histeria da informação que precisa ser ouvida, o barulho, as solicitações, os sustos, tudo isso nos agride diariamente. E faz com que nós, para sobreviver, desenvolvamos uma carapaça inquebrável em torno do corpo.
Essa carapaça é um escudo que nos protege da lida do dia-a-dia.
O que significa que as pessoas que somos, no dia-a-dia, são infinitamente menos sensíveis do que somos na realidade.
Os seres carrancudos, que passam pelo trocador de ônibus sem dar bom dia, provavelmente, são só somente seres se defendendo da agressão de saírem de suas casas sem verem seu filhos.
Os mal educados que imbicam seus carros nos cruzamentos, são seres magoados se vingando da obrigação de ter um horário a cumprir.
A vida não é fácil para ninguém.
Mas você, aquele você rabugento que é grosseiro sem querer, é fruto de uma série de agressões diárias e, em certa medida, inevitáveis. Mas não é você. Você é legal.
Você é uma pessoa engraçada, numa sexta feira a noite, depois de alguns chopes.
Você é uma pessoa inteligente, depois de uma sessão de cinema.
Você é uma pessoa amorosa na manhã de domingo com seus filhos.
Você é fim de semana.
Toda vez que você quiser ser