ESQUETE 3 – Fez dodói.
Cena
1.
A
mulher está no quarto, se arrumando para ir trabalhar. O marido entra, ainda de
pijama e se joga na cama.
MULHER
– Uai, não vai trabalhar?
MARIDO
– Tô doente.
MULHER
– Que que você tem?
MARIDO
– Gripe, dor de garganta, dor de cabeça, tudo.
MULHER
– Jä tomou remédio?
MARIDO
– Não gosto de tomar remédio.
MULHER
– E vai fazer o que?
MARIDO
– Vou esperar passar.
MULHER
– Você não tinha um troço importante no trabalho hoje?
MARIDO
– Tinha.
MULHER
– E você pode não ir?
MARIDO
– Eu tô doente.
MULHER
– Você tá gripado.
MARIDO
– Estou péssimo.
A
mulher põe a mão na testa do marido.
MULHER
– Nem com febre você está.
MARIDO
– Estou com dor.
MULHER
– Tá bom….parece criança fazendo doce para ir para o colégio.
MARIDO
– Você é cruel com meu sofrimento.
MULHER
– Tchau.
Cena
3. A mulher está em seu escritório trabalhando. Toca o celular.
-
Alô. Oi, Dona Luzia. Tudo bem?
-
Olha, tô ligando para dizer que Bernardo melhorou.
-
A senhora falou com ele?
-
Ele veio para cá.
-
Fazer o que?
-
Ficar aqui.
-
Porque?
-
Ele tá doente. Não é bom ficar sozinho.
-
Ele tá gripado.
-
Gripadíssimo.
-
Sei.
-
Mas a febre já passou.
-
Ele tava com febre?
-
Com um febrão.
-
Quanto?
-
38.
-
Ah…
-
Mas eu dei um banhinho nele e cedeu.
-
A senhora fez o que? Não eu não quero saber. É, bom…daqui
a pouco eu tô saindo do trabalho. Eu pego ele.
-
Ah, não querida, agora que ele conseguiu pegar sono melhor
não acordar.
-
Tá bom. Fala para ele para me ligar quando eu acordar que
eu passo aí.
-
Hum…acho que agora só amanhã.
-
Como assim? São 6 da tarde.
-
É que ele tomou remédio.
-
Uai, ele não gosta de tomar remédio.
-
Ah, mas eu dei junto com o suco, ele nem reparou.
-
A senhora drogou o seu filho?
-
Imagina. Eu faço isso desde que ele nasceu. São
estratégias de mãe. Você vai entender quando tiver os seus.
-
E ele não vai dormir em casa?
-
Querida, ele está em casa. Liguei só para dar notícias. Eu
tenho que ir que o feijão tá no fogo. Um beijinho.
B.O
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